MONITORIZAÇÃO BIOLÓGICA DE VITICULTORES EXPOSTOS A INSETICIDAS INIBIDORES DA COLINESTERASE EM MARIALVA-PR

Autores

  • Raul Gomes Aguera Programa de Pós-Graduação em Biociências e Fisiopatologia pela Universidade Estadual de Maringá
  • Renata Sano Lini Programa de Pós-Graduação em Biociências e Fisiopatologia, Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR.
  • Amanda de Paula Coelho Siqueira Graduação em Farmácia, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR.
  • Nadya Garcia de Oliveira Graduação em Farmácia, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR
  • Samuel Botião Nerilo Centro Universitário Uningá, Maringá-PR
  • Érika Bando Laboratório de Toxicologia, Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR
  • Evanilde de Oliveira Froemming Laboratório de Toxicologia, Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR
  • Silvia Capelari Instituto Paranaense De Assistência Técnica E Extensão Rural (EMATER), Marialva-PR.
  • Simone Aparecida Galerani Mossini Programa de Pós-Graduação em Biociências e Fisiopatologia, Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR

Palavras-chave:

viticultura, inibidores da colinesterase, monitoramento biológico.

Resumo

Com a evolução na produção agrícola, o uso de praguicidas em larga escala tornou-se algo necessário para manter a demanda produtiva. A utilização destes produtos de forma descontrolada propicia aparecimento de casos de intoxicação. Dentre os praguicidas utilizados atualmente, os inseticidas organofosforados e carbamatos, causam intoxicações graves que podem evoluir para o óbito. O mecanismo de ação é a inibição da enzima acetilcolinesterase, responsável pela hidrólise da acetilcolina, com a enzima inibida ocorre o acúmulo do neurotransmissor, exacerbando seus efeitos fisiológicos. O objetivo deste trabalho foi analisar a exposição ocupacional de viticultores de Marialva-PR aos praguicidas inibidores da colinesterase. Trata-se de um estudo descritivo transversal realizado com a população de viticultores de Marialva-PR, Brasil, exposta aos inibidores da colinesterase, durante o ano de 2017, entre os meses de junho a julho (primeira etapa) e setembro a novembro (segunda etapa). Neste estudo, foram realizadas entrevistas e coleta de sangue. As amostras foram avaliadas pelo método de Ellman e colaboradores modificado por Harlin e Ross para a dosagem da atividade das colinesterases em sangue total. Participaram do estudo 159 viticultores, em sua maioria homens (88/55,35%) e com idade média de 46,83 anos (±12,76). A análise permitiu identificar 18 (11,85%) pessoas com inibição da colinesterase superior a 25%, ultrapassando o índice biológico máximo permitido. Os resultados sugerem que os viticultores estão muito expostos aos inseticidas inibidores das colinesterases e ações de monitoramento biológico do trabalhador, orientações técnicas sobre o uso dos EPI’s e maior controle de venda dos inseticidas devem ser efetuadas.

BIOLOGICAL MONITORING OF EXPOSED VINEYARD WORKERS TO INSECTICIDES CHOLINESTERASE INHIBITORS IN MARIALVA-PR

With the evolution in agricultural production, the use of large-scale pesticides became necessary to maintain productive demand. The use of these products in an uncontrolled way leads to the appearance of cases of intoxication. Among the pesticides currently used, organophosphate and carbamate insecticides cause severe intoxication that may lead to death. The mechanism of action is the inhibition of the enzyme acetylcholinesterase, responsible for the hydrolysis of acetylcholine. With the inhibited enzyme occurs the accumulation of the neurotransmitter, exacerbating their physiological effects. The objective of this study was to analyze the occupational exposure of winemakers from Marialva-Pr to cholinesterase inhibitor pesticides. This is a cross-sectional descriptive study carried out with the wine-growing population of Marialva-pr, Brazil, exposed to cholinesterase inhibitors during the year 2017, between June and July (first stage) and from September to November (second stage). In this study, interviews and blood collection were performed. Samples were evaluated by the method of Ellman and colleagues modified by Harlin and Ross for the determination of cholinesterase activity in whole blood. A total of 159 vineyard workers, mostly men (88 / 55,35%) and with a mean age of 46,83 years (± 12,76) participated in the study. The analysis allowed to identify 18 (11,85%) people with cholinesterase inhibition higher than 25%, exceeding the maximum biological index allowed. The results suggest that the vineyard workers are very exposed to cholinesterase inhibiting insecticides and biological monitoring actions of the worker, technical guidelines on the use of IPE and greater control of the sale of insecticides must be carried.

 

Biografia do Autor

Raul Gomes Aguera, Programa de Pós-Graduação em Biociências e Fisiopatologia pela Universidade Estadual de Maringá

Graduado no curso de Biomedicina pelo Centro Universitário Ingá - UNINGÁ - Maringá/PR (2015-2018). Pós - Graduando no mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Biociências e Fisiopatologia pela Universidade Estadual de Maringá (2019). Pós - Graduando na Especialização em Citologia Clínica com ênfase em Citopatologia Ginecológica (2018) pelo Centro Universitario Ingá. Atuando principalmente nos seguintes temas: agrotóxicos, exposição ocupacional, viticultores e toxicologia ocupacional.

Renata Sano Lini, Programa de Pós-Graduação em Biociências e Fisiopatologia, Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR.

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Estadual de Maringá (2014). Atualmente é aluna de mestrado, atuando principalmente nos seguintes temas: agrotóxicos, exposição ocupacional, viticultores e toxicologia

Amanda de Paula Coelho Siqueira, Graduação em Farmácia, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR.

Possui ensino-medio-segundo-graupelo Colégio Estadual Helena Kolody Ensino Médio e Profissional(2012)

Nadya Garcia de Oliveira, Graduação em Farmácia, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR

Possui ensino-medio-segundo-graupelo Colégio Nobel Cayuá Paranavai(2012). Tem experiência na área de Farmácia

Samuel Botião Nerilo, Centro Universitário Uningá, Maringá-PR

Doutor em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Maringá (UEM - 2015). Mestre em Biociências Aplicadas à Farmácia (UEM - 2010) e graduado em Farmácia Bioquímica (UEM - 2008). Atuou como plantonista no Centro de Controle de Intoxicações de Maringá (2007-2010). Atualmente é professor adjunto de Toxicologia da Universidade Estadual de Maringá- UEM, e professor adjunto de Bioquímica e Toxicologia do Centro Universitário Ingá - Uningá. Possui experiência na área de Farmácia e Bioquímica, com ênfase em Toxicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: análises toxicológicas, toxicologia de alimentos, toxicologia ocupacional e toxicologia social

Érika Bando, Laboratório de Toxicologia, Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR

Possui graduação em Farmácia Bioquímica pela Universidade Estadual de Maringá (1996), especialização em Farmacologia (2003) e Mestrado em Análises Clínicas na área de Toxicologia (2006). Atualmente é técnico de nível superior da Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência na área de Análises Clínicas, com ênfase em Toxicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: análises toxicológicas, monitorização terapêutica, monitorização biológica, drogas de abuso, micotoxinas e resíduos de antimicrobianos em leite

Evanilde de Oliveira Froemming, Laboratório de Toxicologia, Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR

Laboratório de Toxicologia, Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR

Silvia Capelari, Instituto Paranaense De Assistência Técnica E Extensão Rural (EMATER), Marialva-PR.

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (1991), especialização em Gestão de Recursos Hídricos pela Universidade Estadual de Maringá (2008) e mestrado em Educação para a Ciência, também pela UEM (2011). Atua como Engenheira Agrônoma do Instituto Paranaense de Assist. Técnica e Extensão Rural no Escritório Local de Marialva - PR. Tem experiência em Extensão Rural e Agricultura Familiar

Simone Aparecida Galerani Mossini, Programa de Pós-Graduação em Biociências e Fisiopatologia, Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR

Possui graduação em Farmacia Bioquimica pela Universidade Estadual de Maringá, mestrado e doutorado em Ciências Biológicas (Biologia Celular) pela Universidade Estadual de Maringá. Atualmente é professor adjunto da Universidade Estadual de Maringá, atuando principalmente nos seguintes temas: Toxicologia Ocupacional, Toxicologia Social, Análises Toxicológicas e Toxicologia de Alimentos

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Publicado

2020-04-25

Como Citar

Aguera, R. G., Lini, R. S., Coelho Siqueira, A. de P., de Oliveira, N. G., Nerilo, S. B., Bando, Érika, Froemming, E. de O., Capelari, S., & Mossini, S. A. G. (2020). MONITORIZAÇÃO BIOLÓGICA DE VITICULTORES EXPOSTOS A INSETICIDAS INIBIDORES DA COLINESTERASE EM MARIALVA-PR. SaBios-Revista De Saúde E Biologia, 15(1), 25–35. Recuperado de https://revista.grupointegrado.br/revista/index.php/sabios/article/view/2968

Edição

Seção

Artigo original